Hoje o céu enamorou-se da lua

Texto de Marcia Bernardino

Hoje o céu enamorou-se da lua

Esplendidamente linda, radiante, vem a Lua, nesta noite, exibir-se hipnótica, apaixonante…

E ao seu lado, coadjuvante, companheira, estrela grande, de brilho tal, a luz lunar vem prolongar.

Que tamanho cabe em seis sentidos, seu efeito avaliar? Seis, sete, muitos misteriosos sentidos.

Apenas poesia? Palavras não a dimensionam, tão pouco tocam-lhes as mãos e ainda assim, profundamente penetra em meu olhar. Para onde fugir, se fitá-la é inundar-se, de luz e sentimento, é viajar para um lugar de não conter-se, de extrema contemplação e alegria?

E o tempo, ah, o tempo… transporta-se por milênios, na imaginação, e me pergunto:

Os primitivos, por instantes, olhavam para o céu, para enamorá-la? E ao redor, toda a terra, cúmplice, todo o chão, virgem de asfalto, virgem destes pingos brilhantes de veneno que hoje torna a superfície de nossa casa Terra impermeável. Ela, alheia aos falsos brilhos, quase atemporal, continua esplendidamente linda, radiante, nesta noite, exibida, hipnótica, apaixonante…

E nenhuma imagem impressa, que não apenas a da emoção de quem a vê, pode traduzir esta noite de luar.

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