Quaresma: Tempo de jejum, penitência, conversão e oração

Texto de Moacir Marques Filho

O tempo da quaresma é sempre acompanhado de práticas que muitas vezes podem parecer pesadas para os não cristãos. São ações bem opostas ao período que se encerrou. O Carnaval.

Enquanto no Carnaval, conforme artigo da semana passada, tudo se podia em nome da liberdade e satisfação dos desejos, na quaresma todo exercício busca direcionar a atenção para dentro de si. É a conversão na busca do espírito de DEUS. É tempo de enfatizar o silêncio, o jejum, a penitência e a oração.

Jejuar significa abrir mão de um grande prazer. É deixar de saborear uma das coisas que mais agrada ao ser humano, a comida, para se alimentar do pão da vida, o pão que alimenta a alma e o espírito.

Penitência é fazer sacrifício em detrimento do reconhecimento das faltas cometidas. É uma forma de reparação. Para isso é preciso refletir o caminhar e apurar aquilo que deveria ser feito de melhor. Significa, muitas vezes, se abster de algo muito importante para si, em função de algo maior.

A oração quando proferida de forma sincera, profunda, sem ser apenas repetitiva e desatenta, mas com atenção focada naquilo que se expressa, sob a forma sincera de um diálogo, aumenta nossa segurança, nosso equilíbrio, nossa atenção para conosco e com nosso espírito, aproximando-nos mais de Deus.

E tudo isso em função de deixarmos de lado as atribulações, correria e o apego ao consumo do dia a dia e avaliarmos nosso papel de cristão diante da vida, indo ao encontro da preparação para a Páscoa. Em preparação ao momento da ressurreição. Momento maior do cristianismo.

Cristo passou 40 dias no deserto, jejuando e orando. Temos como legado que o espírito cristão deve repetir e vivenciar as ações do próprio Cristo. Devemos imitá-lo no dia a dia e em nossas ações.

Mas será que somente com esse espírito de reclusão, abstinência e conversão, seremos capaz de nos aproximar de Deus? Deus não se manifesta somente pela introspecção individual do ser. Ele se manifesta é na prática. Na vivência e na relação com o outro. O que torna mais difícil o encontro.

Jejuar, penitenciar-se e orar é apenas o ponto de partida para o encontro com Deus. Encontro esse que não pode ser desvencilhado do amor ao próximo, da caridade, da luta pelos marginalizados, da busca constante pela promoção dos excluídos, tal qual Cristo, além dos 40 dias no deserto, também pregava e tinha como princípios de vida e vivência em DEUS.

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