Nossas relações e a tecnologia!

Texto de Moacir Marques Filho

As relações entre as pessoas se dão no dia a dia com aqueles que cruzam seu caminho. Seja nos lugares por onde frequentam, que fazem parte de seus ambientes do cotidiano como trabalho, escola, locais de lazer e igreja; seja no contato que travam a distância por meio dos meios de comunicação, como telefone, internet e outros.

No passado, as relações, por esses meios de comunicação, não eram tão presentes na vida das pessoas, o que fazia com que o amadurecimento emocional, entre os indivíduos, atingisse determinada exigência para que o mesmo não vivesse de forma isolada e livre do contato com as pessoas. Sabemos que as relações humanas e a convivência interpessoal são condições básicas para a sobrevivência e bem estar dos seres humanos.

Nesse mesmo passado, os ambientes naturais, onde se davam as interrelações humanas, eram bem mais presentes no cotidiano das pessoas. Havia uma troca maior de convívio social. A própria presença física era exigência primária para haver a relação, pois os fios e satélites não existiam para propiciar o vínculo conforme os dias atuais.

Na atualidade, é possível comunicar as ideias pessoais, expor as angústias e conflitos com o outro sem que seja necessário “encarar” o outro, olho no olho. Função, essa, essencial para a comunicação pessoal.

Utiliza-se o celular, internet, torpedo para fazer a comunicação isentando os interlocutores de sentir, medir e avaliar a reação e a emoção do outro. “Fala-se” mais aquilo que se deseja do que aquilo que falaria se fosse diretamente ao outro. A mensagem segue. Traz o conforto a quem a transmite, mas não permite que o reflexo da reação do outro, cause o questionamento e a ampliação do pensar aquilo que se expressou, remodelando o conceito e a visão dessa expressão. Isso nos torna mais frios e menos maduros emocionalmente para lidar com as emoções alheias, projetando em nós mesmos nossas necessidades e falso conforto interpessoal. Qualquer reação negativa do outro já nos é motivo para ignorá-lo em nossa vida.

É preciso esforço para que, além do uso da tecnologia, possamos também aprofundar nossa relação direta com o outro, sentindo e tornando-o o centro da relação, evitando-se assim o individualismo, cujo foco somos nós mesmos.

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